Amanhã há um eclipse total do Sol, não visível em Portugal (mas na próxima Lua Cheia temos um eclipse parcial da Lua...). A seguinte figura, retirada do site da NASA sobre eclipses, mostra os locais onde este é visível.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Eclipse solar de amanhã na Internet
Amanhã há um eclipse total do Sol, não visível em Portugal (mas na próxima Lua Cheia temos um eclipse parcial da Lua...). A seguinte figura, retirada do site da NASA sobre eclipses, mostra os locais onde este é visível.
domingo, 20 de julho de 2008
Apollo XI - 39 anos depois
Lembremos a data com Poesia:
Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.
Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.
A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.
Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.
Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.
Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.
Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.
Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.
in Novos Poemas Póstumos - António Gedeão (1990)
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
─ Partimos. Vamos. Somos.
in Pelo sonho é que vamos - Sebastião da Gama
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Actividade da Geologia no Verão 2008 em Leiria
HORÁRIO: 10.00 às 17.00 horas
ORGANIZAÇÃO: Doutor Jorge Dinis - Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e Fernando Martins - Blog Geopedrados
PARTIDA/CHEGADA: Piscinas Municipais de Leiria
ITINERÁRIO: Leiria - Barracão - Colmeias - Espite - Caranguejeira - Lapedo - Leiria
VAGAS: 40 lugares (transporte em Autocarro, sem custos para os inscritos)
INSCRIÇÕES: AQUI
NOTA: Colocaremos em breve mais informações e aceitaremos algumas inscrições directas...
Ciência Viva no Verão 2008

Edição de 2008 - 15 de Julho a 15 de Setembro
Na praia, no campo, na cidade, de dia ou de noite, faça férias com a Ciência.
Observações astronómicas, passeios científicos, visitas a faróis e a grandes obras de engenharia são algumas das actividades propostas por universidades, centros de investigação, museus, empresas, escolas e associações científicas em todo o país.
Um passeio pelo Sol
No dia 27 e 28 de Junho realizaram-se as "Jornadas de Puertas Abiertas en el Observatorio del Teide".
Durante dois dias foi possível entrar, observar e compreender os telescópios do Instituto de Astrofísica das Canárias.
Existem actualmente, dois observatórios do espaço nas ilhas Canárias, o Observatório del Roque de los Muchachos, na Ilha de La Palma, vocacionado para a observação do céu profundo e o Observatório do Teide, na Ilha de Tenerife, centrado principalmente na observação da estrela do sistema solar.
O estudo da Astrofísica nas Canárias começou no início da década de 60, com a entrada em funcionamento do primeiro telescópio destinado ao estudo da luz dispersada pela matéria interplanetária.
O Observatório do Teide, situado na zona de Izaña, a 2.390 metros de altitude, ocupa uma área de 50 hectares, numa crista que corresponde a um rifte formado pela elevação dos vulcões que hoje compõem as Cañadas do Teide.
A vasta área ocupada pelo Observatório encontra-se implantada nas cercanias do Parque Nacional das Cañadas del Teide. Este espaço natural, património da humanidade, foi classificado pelas características únicas na Terra, do estratovulcão que lhe dá o nome - o Teide. De acordo com os mais recentes critérios de classificação de montanhas (contrariando a subjectividade dada pela oscilação do nível médio das águas do mar e baseando a mediçao na superfície da placa oceânica), o Teide encontra-se entre as maiores montanhas do nosso planeta.
Estudos recentes de análise de materiais geológicos e de sondagens geofísicas, permitem afastar definitivamente a teoria da influência da fracturaçao da cadeia montanhosa do Atlas, na formação do arquipélago Canário, explicando que na sua origem se incluem apenas processos de hot spot - vulcanismo intraplaca. A variação entre o fenómeno de hot spot do arquipélago Canário e do Hawaiano encontra-se na espessura da placa oceânica na zona da pluma mantélica, que por ser de maior espessura no caso Canário, impede a subsidência das ilhas mais antigas.
O Observatório del Teide é composto por uma série de telescópios e instalações de acomodação, cozinha, recepção, sala de estar, garagens, estação transformadora e parque de painéis solares, com o objectivo de prestar serviço a todo o pessoal técnico e científico vinculado ao Observatório.
O Observatório conta ainda com um Centro de Visitantes, com capacidade para 40 pessoas, que ocupa uma cúpula vazia, onde se explica como funcionam os telescópios e a importância da Astronomia na história da humanidade e nos dias de hoje.
É uma visita imperdível! Especialmente, porque o Sol é a fonte energética da Vida na Terra... Pelo menos, da Vida tal como a concebemos à luz dos conceitos do nosso tempo.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Torga e Camões
Nem tenho versos, cedro desmedido
Da pequena floresta portuguesa!
Nem tenho versos, de tão comovido
Que fico a olhar de longe tal grandeza.
Quem te pode cantar, depois do Canto
Que deste à pátria, que to não merece?
O sol da inspiração que acendo e que levanto
Chega aos teus pés e como que arrefece.
Chamar-te génio é justo, mas é pouco.
Chamar-te herói, é dar-te um só poder.
Poeta dum império que era louco,
Foste louco a cantar e louco a combater.
Sirva, pois, de poema este respeito
Que te devo e professo,
Única nau de sonho insatisfeito
Que não teve regresso!
Miguel Torga in Poemas Ibéricos, 1965
Amor é um fogo que arde sem se ver
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter, com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Música alusiva à data...
Já chegou o dez de Junho, o dia da minha raçaTocam cornetas na rua, brilham medalhas na praça
Rolam já as merendas, na toalha da parada
Para depois das comendas, e Ordens de Torre e Espada
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
Toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha
REFRÃO
Encosta o teu peito ao meu, sente a comoção e chora
Ergue o olhar para o céu, que a gente não se vai embora
Quem és tu donde vens, conta-nos lá os teus feitos
Que eu nunca vi pátria assim, pequena e com tantos peitos
Já chegou o dez de Junho, há cerimónia na praça
Há colchas nos varandins, é a Guarda d'Honra que passa
Desfilam entre grinaldas, velhos heróis d'alfinete
Trazem debaixo das fraldas, mais Índias de gabinete
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
Toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha
Zeca Afonso canta Fernando Pessoa
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...
No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
E outros a dar-lhes trela
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...
No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não
No comboio descendente
De Palmela a Portimão
Fernando Pessoa
segunda-feira, 9 de junho de 2008
A Galiza canta Camões em homenagem a Zeca Afonso
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
José Mário Branco canta soneto de Camões
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Dia de Camões e de Portugal
Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.
Este país te mata lentamente.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Grades (1970)
domingo, 1 de junho de 2008
Dia Mundial da Criança
Miniatura
Pois eu gosto de crianças!
Já fui criança também…
Não me lembro de o ter sido;
Mas só ver reproduzido
O que fui, sabe-me bem.
É como se de repente
A minha imagem mudasse
No cristal duma nascente,
E tudo o que sou voltasse
À pureza da semente.
Miguel Torga in Diário VIII (Coimbra, 11 de Abril de 1957)
sábado, 10 de maio de 2008
Revista Super Interessante de Maio

Aborda todos os meses, de uma forma séria mas acessível, os grandes temas da actualidade científica, em artigos profusamente ilustrados e com infografias que tornam fácil o que antes parecia difícil. Da história à tecnologia espacial, da matemática à filosofia, do ambiente à saúde, dos computadores ao comportamento humano, todos os assuntos cabem na Super Interessante.
É, actualmente, a única revista em Portugal cujo tema central é a divulgação, e isso diz tudo.
A não perder...
Mapas no Live Search Maps da Microsoft
http://maps.live.com/
A título de exemplo, eis a nossa Escola em Bird's Eye:
terça-feira, 1 de abril de 2008
Visita ao McDonald's de Leiria
Está previsto que nos ofereçam um lanchinho...
Torneios de Xadrez na próxima semana
A semana que se avizinha será pródiga em Torneios de Xadrez: no dia 09.04.2008 (4ª-feira) haverá um Torneio de Escolas de Leiria, na variante de Rápidas, na Escola Nery Capucho - Marinha Grande e, na mesma cidade, decorrerá de 11 a 13 de Abril (6ª a domingo) os Regionais da DREC.
Para mais informações consultar os seguintes post do Blog XadrezLeiria:
Ficamos à espera de inscrições...
domingo, 2 de março de 2008
A origem dos anos bissextos

Como Phil Plait explica, há algumas nuances na definição de ano e no cálculo do tempo que a Terra demora a orbitar o Sol. Na Antiguidade, os astrónomos calcularam que a Terra dava a volta ao Sol em 365.25 dias (365 dias mais 6 horas) mas a adição de um dia extra de 4 em 4 anos tentada em Alexandria por Ptolomeu III em 238 a.C. não teve sucesso. Anos de 365 dias transformavam o calendário numa dor de cabeça, agravada no tempo de Júlio César pelo corrupto pontifex maximus, o sacerdote encarregue do calendário para quem a duração do ano reflectia as compensações monetárias dos que queriam manter um determinado cargo mais tempo ou pretendiam abreviar o mandato de um inimigo.
César, com o auxílio do astrónomo grego Sosígenes, reformou o calendário no ano que corresponde ao actual 45 a.C., na altura ano 709 AUC - ab urbe conditia, desde a fundação da Cidade (de Roma). Este calendário, que instituia entre outras coisas um ano bissexto de quatro em quatro anos, passou a ser conhecido por calendário juliano, adoptado pela generalidade da Cristandade em 325 d.C. e ainda usado pela Igreja Ortodoxa.
O problema não terminou aqui já que um ano não é exactamente 365 dias e 6 horas mas sim 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Embora a diferença possa parecer insignificante, no ano 1582, data em que o Papa Gregório XIII fez outra reforma no calendário, a diferença entre o ano astronómico e o ano sazonal já era suficiente para o pontífice ordenar o «buraco» de dez dias necessário para a corrigir. Assim, ao dia 4 de Outubro desse ano sucedeu o dia 15 de Outubro. Para evitar correcções análogas no futuro, o novo calendário gregoriano, que usamos até hoje, prevê serem bissextos os anos que sejam divisíveis por 400 e os divisíveis por 4 mas não por 100.
O mês que toma o nome do festival de purificação e limpeza denominado Februa (de Februarius que significa purificar) - ou do deus etrusco Februs mais tarde identificado com o deus romano Plutão - foi tornado ainda mais curto pelas manias de grandeza do imperador Augusto que não admitiu que o mês oitavo que tomou o seu nome fosse «inferior» ao mês sétimo que honra o seu tio-avô Júlio César.
Ao dia 29 de Fevereiro estão associadas inúmeras superstições e tradições, algumas delas bastante curiosas, o que não é de espantar dada a forma como o dia extra de Fevereiro foi introduzido. Ao adicionar o dia suplementar, Júlio César escolheu o mês de Fevereiro, o então último mês do ano considerado mês nefasto entre os romanos. Para dar a volta aos seus concidadãos mais supersticiosos, para além de decretar que o primeiro mês do ano passava a ser Janeiro e não Março, em vez de aumentar de 1 dia de quatro em quatro anos a duração do mês, César congeminou um sistema complicado: duplicou o vigésimo quarto dia de Fevereiro, que recebia na época o nome de «dia sexto antes das calendas de Março». Deste modo, o dia suplementar era o bis sextum ante diem calendas martii, que deu origem à actual designação de dia bissexto, designação que se estendeu ao ano.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Poesia

Noite
Silenciosa, a noite, impôs os seus ditames:
pintou o horizonte a pastel, primeiro a fogo
depois a azul, púrpura e negro.
Mandou calar as cotovias e melros
e semeou de estrelas o Céu.
Assustou as crianças e arrefeceu as casas com a sua sombra.
E depois, dona de meio Mundo, adormeceu em paz.
Post de Pedro Luna in Blog Geopedrados
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Actividade de Observação - Eclipse de 21.02.2008

NOTA 1: Link para o Cartaz (é favor divulgar...) - AQUI.
NOTA 2: Para conseguirem localizar fica aqui ainda um mapa interactivo GoogleMaps (o ponto B é o local da observação - usar o + e - para aumentar a área ou diminuir e o rato para ir para outros locais):
Ver mapa maior
NOTA 3: Mais informação sobre eclipses AQUI.
Post originalmente publicado no Blog AstroLeiria
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Dia dos Namorados
Também este crepúsculo... Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.
Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.
Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.
Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?
Caiu o livro em que sempre pegamos ao crepúsculo,
e como um cão ferido rodou a minha capa aos pés.
Sempre, sempre te afastas pela tarde
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas.
Pablo Neruda, in Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
El-Rei D. Carlos e Príncipe D. Luís - 100 anos...

Cem anos após a ignomínia, a dor ainda perdura no coração de muitos portugueses! Recordemos a data apenas com um poema:
HOMENS
“Somos apenas pó e trevas”.
Horácio
À superfície deste corpo vegetamos
e escrevemos da nossa mágoa
litros de lágrimas de sangue
com penas leves de sombra
temas sólidos que nos aprofundam
os olhos incolores
o sabor impuro
que nos desce à boca
é o rasto
do pensamento
mas somos reis a rasgar as vestes
se a Mensagem que acolhemos nos sitia
entre muralhas de silêncio
e os cardos do nosso orgulho
sufocam a boa semente
que nos lança Deus ao coração.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Programa da RTP 1 "AB CIÊNCIA"
O “AB CIÊNCIA” pretende provar que a Ciência também é divertida e é destinado a toda a família.
Experiências realizadas em estúdio, rubricas diversas, entre as quais “A cozinha é um laboratório”, são alguns dos ingredientes do programa “AB CIÊNCIA”.
A apresentação está a cargo de Carlota Crespo, um novo rosto da RTP e do cientista Leonel Silva.
Horário do próximo programa
RTP 1 - Domingo 27 de Janeiro - 12.00 horas
RTP Internacional - Terça 22 de Janeiro - 21.30 horas
RTP N - Quarta 23 de Janeiro - 11.30 horas
RTP 2 - Sábado 26 de Janeiro - 19.00 horas
Cria a tua Constelação...!
17.01.2008 - 17h18

Os alunos do ensino básico serão desafiados, ao longo deste ano, a criar constelações de estrelas, no âmbito do concurso “Descobre o teu céu”, promovido pelos museus da Ciência da Universidade de Coimbra e de Lisboa.
A iniciativa, que conta ainda com a Critical Software na promoção, insere-se no âmbito do programa de Celebração do Ano Internacional da Astronomia, assinalado em 2009.
Para “cultivar o gosto dos mais novos pela Astronomia”, a organização do concurso propõe “aos alunos de todas as escolas realizarem, a partir de quatro mapas, um desenho de novas constelações e uma narrativa”.
“A partir das estrelas de certas partes do céu que foram seleccionadas, inspirados na observação do céu real e/ou do céu de um planetário, ou simplesmente a partir de uma representação das estrelas numa imagem, pretende-se que os alunos construam novas constelações e desenvolvam histórias a elas associadas”, revela a organização.
As inscrições estão abertas até 30 de Novembro de 2008, e os trabalhos aceites até 21 de Dezembro de 2008.
O júri irá escolher os melhores trabalhos de cada escalão, que serão reunidos num livro a publicar em 2009. A obra será distribuída por todos os Agrupamentos de Escolas do país.
Os resultados do concurso, no qual podem participar equipas de cinco a 20 alunos e acompanhados por um professor, serão anunciados a 21 de Março de 2009.
O PÚBLICO.PT associa-se a esta iniciativa através da divulgação na sua página principal de um link para os regulamentos e página web do concurso, a ser disponibilizado nos momentos-chave do concurso: lançamento do concurso, apresentação dos resultados, divulgação da lista dos premiados.
in Público - ler notícia (via Blog AstroLeiria)
NOTA: O regulamento do concurso e os mapas do céu a considerar pelos concorrentes encontram-se disponíveis em:
http://www.museudaciencia.pt/
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
XIII Olimpíadas do Ambiente

As XIII Olimpíadas do Ambiente (OA) são um concurso de problemas e questões dirigido aos alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade do ensino diurno e nocturno de escolas públicas, privadas ou do ensino cooperativo no território nacional, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Esta iniciativa é coordenada por uma equipa multidisciplinar composta por elementos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e do Zoomarine - Mundo Aquático SA. Este ano conta com a colaboração da Câmara Municipal de Seia na organização da Final Nacional.
Objectivos fundamentais
- incentivar o interesse pela temática ambiental;
- aprofundar o conhecimento sobre a situação ambiental portuguesa e mundial;
- estimular a capacidade oral e escrita;
- promover o contacto com situações experimentais concretas;
- desenvolver o espírito e curiosidade científica;
- estimular a dinâmica de grupo e espírito de equipa, assim como a cooperação.
Áreas temáticas
- conservação da Natureza;
- recursos naturais;
- poluição;
- estilos de vida;
- ameaças globais;
- política ambiental;
- realidade portuguesa.
Categorias
- do 7º ao 9º ano de escolaridade - Categoria A
- do 10º ao 12º ano de escolaridade - Categoria B
Todos os alunos inscritos nos anos escolares abrangidos são convidados a participar nas OA, através da sua escola, e nenhum pode ser discriminado com base na idade, sexo, crenças religiosas, deficiências intelectuais ou motoras, competências específicas ou área de ensino. Qualquer estabelecimento de ensino oficial ou particular do 7º ao 12º ano de escolaridade que não tenha sido directamente convidado a participar pode igualmente concorrer, desde que proceda à respectiva inscrição.
Fases
1ª eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento. São apurados para a segunda eliminatória os melhores alunos a nível nacional e também os melhores por escola.
2ª eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e duas perguntas de desenvolvimento. Esta eliminatória decorrerá nas escolas com alunos seleccionados. Para a Final Nacional, são apurados os melhores a nível nacional e os melhores por distrito/ilha.
Final nacional - Ao longo de um fim-de-semana, os finalistas realizarão um teste escrito com questões de escolha múltipla, uma prova oral em grupo, participarão num conjunto de actividades práticas (feira de experiências laboratoriais e descoberta de uma zona protegida) e um colóquio/debate na sessão solene de entrega de prémios.
sábado, 5 de janeiro de 2008
O Menino do Lapedo e seu Centro de Interpretação
Menino do Lapedo fez mudar a História
2008-01-05
Tinha os olhos grandes e expressivos, o rosto arredondado e o cabelo liso e comprido. Era assim o Menino do Lapedo, de quatro anos e meio de idade, cujo esqueleto foi descoberto no Vale do Lapedo, em Leiria, e desencadeou uma acesa discussão científica sobre a evolução da espécie humana.
A reconstituição facial foi feita por um especialista em efeitos especiais de Hollywood e estará em exposição, a partir de hoje, no Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho, em Santa Eufémia, concelho de Leiria.
Com a abertura deste núcleo museológico, a Câmara de Leiria pretende lançar os alicerces para um projecto mais ambicioso: “Transformar o Vale do Lapedo num parque natural e criar um centro de investigação arqueológica para aprofundar os estudos sobre o Paleolítico Superior em Portugal”, refere o vereador Vítor Lourenço.
A importante descoberta aconteceu em Novembro de 1998 e, desde então, tem despertado o interesse dos mais conceituados arqueólogos e antropólogos mundiais. A sepultura paleolítica é a única encontrada na Península Ibérica e o esqueleto, com 24 500 anos, era também o único – à data das escavações – achado na Europa.
Se estas características eram já relevantes para os cientistas, o facto de se estar perante uma criança mestiça catapultou o assunto para o centro de um intenso debate sobre a evolução do Homem.
Até à descoberta do Menino do Lapedo, já havia antropólogos a defender a existência de hibridismo entre o homem de Neandertal (Homo Neanderthalensis) e o homem Moderno (Homo Sapiens).
Os dois grupos coexistiram milhares de anos no espaço e no tempo, mas os investigadores nunca chegaram a consenso sobre a ligação entre ambos. Uma corrente defende que os neandertais desapareceram sem se cruzar com os humanos modernos e sem deixar descendência. A outra é da opinião que as duas espécies se cruzaram e procriaram. A descoberta do esqueleto do Menino do Lapedo veio dar razão a esta última tese, a da miscigenação.
Para o norte-americano Erik Trinkaus, considerado um dos melhores especialistas da área da biologia e evolução Neandertal, os vestígios não deixam dúvidas. O menino tinha as pernas curtas, como os neandertais e as ancas estreitas como os homens modernos. E possuía queixo, uma característica do homem moderno inexistente nos neandertais. Os ossos acima dos olhos e das maçãs do rosto também são idênticos aos do homem de Neandertal. Enquanto o tórax, os braços e grande parte do crânio revelam semelhanças com os homens modernos.
Apesar destes dados, revelados após anos de estudo e exames aos restos mortais do Menino do Lapedo, há antropólogos que continuam a não aceitar a teoria da miscigenação. Mas Erik Trinkaus é pragmático na abordagem ao tema. “A questão já não é saber se houve mistura, mas em que grau ela ocorreu”, afirma o antropólogo da Universidade de Washington (EUA).
João Zilhão, que era director do Instituto Português de Arqueologia em 1998 , tem a mesma opinião. “Já foi provado que espécies próximas, como chimpanzés e bonobos ou mesmo espécies de babuínos que pertencem a géneros diferentes podem acasalar e produzir descendentes férteis”, frisa o arqueólogo, agora docente na Universidade de Bristol, no Reino Unido.
Segundo os dois especialistas, o esqueleto encontrado no Vale do Lapedo explica com clareza uma parte da História da humanidade. Ao deixarem a África para colonizar a Europa, os humanos modernos não exterminaram os antigos habitantes do continente, como anteriormente se pensava, mas misturaram-se com eles.
E é esta página do passado que se pretende dar a conhecer melhor, no Centro de Interpretação do Lagar Velho. Além do rosto, criado com base em técnicas forenses por Brian Pierson – um especialista em efeitos especiais que trabalhou em filmes como o ‘Titanic’ ou ‘Alien’ – será possível ver uma réplica do esqueleto, vários artefactos e a reconstituição dos abrigos pré-históricos.
RECONSTITUIÇÃO FEITA COM BARRO
A reconstituição do rosto do Menino do Lapedo começou com a reconstrução do crânio através da técnica de prototipagem rápida. Seguiu-se o preenchimento da parte muscular com barro e a moldagem do rosto, também em barro. A partir deste molde foi criado o modelo final, em silicone, para ficar mais parecido com a pele humana.
NÚCLEO MOSTRA VIDA HÁ MAIS DE 20 MIL ANOS
O núcleo museológico do Abrigo do Lagar Velho, que hoje abre ao público em Santa Eufémia, Leiria, visa dar a conhecer os resultados dos trabalhos arqueológicos no Vale do Lapedo e a sua contextualização na evolução anatómica do Homem.
O Centro de Interpretação é composto por dois módulos pré-fabricados, está instalado num terreno cedido por um particular (Adriano Faria Gaio) e dá acesso a um pequeno percurso pedestre que permite a observação do vale.
Num dos módulos, foi criada uma linha cronológica dos vestígios e afixado um conjunto de imagens sobre os aspectos naturais do Lapedo. Através destes elementos, é possível compreender algumas das características da vida do abrigo e recuar entre 20 a 30 mil anos para ficar a conhecer as diversas fases da pré-história já detectadas.
No segundo espaço estará uma réplica da sepultura do Menino do Lapedo, com um esqueleto feito através de impressão tridimensional pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (ESTG). É aqui que será exposto também o rosto do menino, criado por Brian Pierson, o artista de efeitos especiais que trabalhou mais de dez anos em Hollywood e se especializou em reconstituições com técnicas forenses.
Os painéis informativos centrar-se-ão na explicação do ritual fúnebre e nas características do esqueleto que impulsionaram a tese da miscigenação.
ESTUDANTE FEZ A DESCOBERTA
A descoberta do Menino do Lapedo mudou por completo a vida de Pedro Ferreira. O jovem efectuava uma prospecção para o trabalho final da licenciatura em História do Património, em Outubro de 1998, e encontrou um abrigo com pinturas da Pré-história recente. Entusiasmado, informou o professor da Universidade de Évora, mas este não lhe deu crédito: “Achou que as pinturas não eram reais”.
Pedro Ferreira recusou cruzar os braços e contactou com técnicos do Instituto Português de Arqueologia (IPA), um organismo agora integrado no Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar). Os arqueólogos confirmaram a autenticidade das pinturas (com 2500 a 4500 anos), fizeram uma incursão ao lado oposto do vale e descobriram mais vestígios de ocupação Pré-histórica.
Uma máquina retroescavadora tinha estado a movimentar terras, deixando a descoberto um osso humano, de criança, com indícios de ritual funerário. Logo que teve o primeiro contacto com o achado, o arqueólogo João Zilhão percebeu de imediato que estava perante uma das mais importantes descobertas paleontológicas. Em duas semanas, mobilizou a sua equipa e accionou uma escavação de emergência. Pedro Ferreira foi convidado a participar nos trabalhos de registo e levantamento. E nunca mais se desligou do processo.
Acabou o curso, ingressou na Câmara Municipal de Leiria como Técnico Superior de Património, e foi o responsável pelo projecto museológico do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho.
Alcançado o desejo de dar a conhecer ao público a importância arqueológica do Vale do Lapedo, Pedro Ferreira, agora com 33 anos, acalenta outro sonho: “Ver o local classificado como monumento nacional”.
in Correio da Manhã - ler a notícia completa aqui
O Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho – Lapedo, localizado na freguesia de Santa Eufémia, vai ser inaugurado no dia 5 de Janeiro de 2008. O respectivo programa foi apresentado na reunião de Câmara de 11 de Dezembro pelo Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Leiria, Vítor Lourenço.
O programa tem início pelas 10H30, com uma visita guiada ao Vale do Lapedo, seguida da cerimónia formal de inauguração do Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho, pelas 12H00. Às 15H00, decorrerá uma sessão de conferências, aberta ao público no auditório 01 da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (ESTG/IPL), com a presença dos investigadores Erik Trinkaus, antropólogo da Universidade de Washington (Saint Louis – EUA), Brian Pierson, antropólogo da Universidade de Tulane (New Orleans – EUA), João Zilhão, arqueólogo em exercício na Universidade de Bristol (Reino Unido), Francisco Almeida, arqueólogo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) para além de Paulo Bártolo, em representação da ESTG/IPL.
Erik Trinkaus é considerado por muitos como sendo o maior estudioso mundial da área da biologia e evolução Neandertal e ainda especializado em paleontologia humana, arqueologia paleolítica, anatomia funcional e biologia do esqueleto.
Brian Pierson, para além da sua actividade académica, é especialista em reconstituições faciais forenses, tendo estado ainda ligado à criação de efeitos especiais de filmes como “Titanic”, “Alien - o regresso” ou “Star Trek: insurreição”. Participou na reconstituição da cabeça do menino do Lapedo.
João Zilhão é doutorado em arqueologia pré-histórica pela Universidade de Lisboa. Em Janeiro de 1996 foi designado responsável pelo projecto de criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Actualmente é professor na Universidade de Bristol.
O arqueólogo do IGESPAR, Francisco Almeida, tem participado como comissário científico na criação do Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho.
Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho
O projecto museológico do Abrigo do Lagar Velho tem como objectivo, através de uma exposição organizada em dois módulos, dar a conhecer ao público os resultados dos trabalhos arqueológicos realizados neste sítio arqueológico e a sua contextualização nas últimas alterações da evolução anatómica do homem.
O espaço intervencionado é composto por módulos pré-fabricados, amovíveis, instalados num terreno cedido ao Município de Leiria por um particular: Adriano de Faria Gaio. Por se tratar de uma área junto ao topo da vertente com um desnível de cota de cerca de 80 metros, está prevista uma zona de observação, que permitirá um bom enquadramento visual sobre o Vale.
O projecto museológico engloba a criação de dois espaços de interpretação distintos, um em cada módulo. O Módulo 1 contempla a recepção e o espaço expositivo dedicado à vida no Paleolítico Superior.
A visita inicia-se com um texto de apresentação do projecto, seguindo-se um espaço para a interpretação cronológica dos vestígios afectos ao conteúdo da exposição e algumas imagens de aspectos naturais do Vale do Lapedo. Neste módulo, o visitante poderá observar e compreender alguns aspectos da vida do abrigo durante as várias fases da pré-história já detectadas (30 mil a 20 mil anos antes do presente).
O conteúdo do Módulo 2 é dedicado ao espaço fúnebre da criança, focando a sepultura e morfologia do “Menino do Lapedo” e centrando-se na explicação do ritual fúnebre, bem como das características morfológicas do esqueleto que impulsionaram decisivamente a tese da miscigenação entre o homem de Neandertal e o homem anatomicamente moderno.
Estará ainda presente uma réplica à escala real do esqueleto e da sepultura do Menino do Lapedo, encerrando-se o circuito com a projecção de um vídeo acerca do sítio.
A organização deste evento é da responsabilidade da Câmara Municipal de Leiria e conta com o apoio do IGESPAR, ESTG/IPL, da Região de Turismo de Leiria Fátima e Junta de Freguesia de Santa Eufémia.
in página oficial da C. M. Leiria - ler texto
Carsoscópio - relato de uma visita
No passado dia 28.12.2007 (6ª-feira) fui com o meu filho até ao Carsoscópio - Centro Ciência Viva do Alviela. Diversas pessoas tinham-me perguntado se valia a pena a visita e nada como ver in situ para confirmar expectativas. O meu filho adorou e eu também, mas há que fazer algumas ressalvas, críticas e comentários...
1. Edifício
Já meu conhecido de longa data, tem o Centro Ciência Viva, a recepção do Parque de Campismo e Centro de Alojamento e outras instalações. É excelente...
2. Geódromo
Quando me sentei em uma das 16 cadeiras (é pena que não sejam 25, o que facilitaria as visitas escolares...) demorou cerca de 20 minutos até as meninas conseguirem pôr a máquina a funcionar, talvez por não perceberem bem o software do programa. A plataforma onde estão as cadeiras é basculante (bastante basculante, ao ponto de eu finalmente perceber o que o Presidente da República tinha dito sobre este local...) e o filme é engraçado e bem feito, com boa revisão científica. Os putos adoram...

3. Climatógrafo
Não funcionou na minha visita, o que diz tudo. É uma pena que inaugurem uma estrutura destas e depois ou o material (software/hardware?) não trabalhe. Neste local deveria ter visto um filme 3D sobre os 180 km² da bacia de alimentação do Alviela que permite contemplar a passagem das estações do ano e as diferenças que estas imprimem no curso da água. No final pudemos ver um excelente modelo da circulação das águas no carso local (o meu filho comandou a máquina) com uma boa explicação do que são sumidouros, grutas, exsurgências, ressurgências e endocarso. Excelente, quando tudo funcionar...


4. Quiroptário
Este espaço funcionou em pleno. As crianças adoram entrar com capacete de espeleólogo e frontal aceso (o meu filho já está bastante habituado...). Os primeiros painéis são vistos na penumbra, as explicações são boas, os modelos engraçados e bem concebidos e há uma série de materiais experimentáveis (orelhas de morcego, ecolocalizador para fazer percurso sem recurso à visão, cálculo da quantidade alimentos que teríamos de ingerir diariamente se fossemos morcegos, etc.). Espaço muito agradável - muito bom...



Resumindo, quando tudo funcionar será um local excelente para visitas de estudo, complementadas com outras actividades no local (praia fluvial, desportos de natureza, percurso pedestre, entre outros, e mesmo do Algar do Pena, a poucos quilómetros). Esperemos é que tudo funcione, sempre e bem...
NOTA - Links para os posts anteriores sobre este assunto:
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Embora hoje seja terça-feira...

PERENIDADE
Se eu não fosse poeta,
O dia de hoje seria apenas
Segunda feira.
Igual a tantos outros,
De trabalho, de pressa e de canseira
E apagado nas horas.
Assim foi singular.
Ocioso,
Moroso
E repousado,
E teve
A duração num verso demorado.
Dez sílabas que agora
O amanhecem
E anoitecem
No meu ouvido,
Depois de acontecido.
in Diário XV, Miguel Torga, 06-01-1989
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Para entrar no Ano Novo como deve ser

ESPERANÇA
O poema quer nascer das trevas.
Está nas palavras, e não as sei.
É como um filho que não tem caminho
No ventre da mãe.
Dói,
Dói,
Mas a negar-me teimosamente
A todos os acenos libertadores
Do desespero dilacerado.
No silêncio cansado
E paciente
Canta um galo vidente.
E diz que cada dia
Que anuncia
É sempre um dia novo
De renovo
E poesia.
Coimbra, 31 de Dezembro de 1989
in Poesia Completa II - Miguel Torga
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Boas Festas...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
35 anos depois - última missão tripulada à Lua - IV
Harrison "Jack" Schmitt (Santa Rita, Novo México, EUA – 3 de Julho de 1935) é geólogo, Astronauta, ex-Senador dos Estados Unidos e foi o 12º e último homem a pisar na superfície da Lua, como membro da missão Apollo 17, a última a pousar no satélite em Dezembro de 1972.
Antes de se juntar à NASA, como membro de primeira equipe de astronautas-cientistas da agência espacial em 1965, “Jack” Schmitt trabalhou no Centro de Astrogeologia dos Estados Unidos, onde realizou diversas experiências e desenvolveu técnicas de geologia de campo que viriam a ser utilizadas pelas tripulações das missões Apollo. Após sua admissão, Schmitt exerceu um papel chave no treinamento dos astronautas da Apollo para ajudá-los a ser bons observadores geológicos quando estivessem na órbita lunar e competentes geólogos de campo na superfície do satélite. Após o fim de cada missão, ele participava dos exames e avaliações do material recolhido e ajudava as equipes nos aspectos científicos de suas missões.
Como ele era o único geólogo profissional no grupo de astronautas, e havia-se graduado na pilotagem dos módulos de comando e lunar, não foi surpresa quando foi escolhido para se tornar tripulante da última das missões lunares, a Apollo 17, onde exerceu um trabalho fundamental no exame e recolha de materiais rochosos da região lunar de Taurus-Littrow, em companhia do comandante da missão, Eugene Cernan. Na volta para a Terra, Schmitt tirou uma das mais famosas e divulgadas fotografias da terra vista do espaço, A Bola Azul, mostrando integralmente todo o planeta azul e esférico brilhando no espaço.
Em Agosto de 1975, Harrison Schmitt deixou a NASA para concorrer ao Senado americano pelo Partido Republicano e foi eleito Senador pelo estado do Novo México, seu estado natal. Derrotado nas eleições para um segundo mandato, passou a trabalhar como consultor em Geologia, Espaço e políticas públicas.
Ainda hoje ele continua advogando o retorno a Lua, para que se possa utilizar o satélite como fonte de Hélio-3, um tipo de isótopo radioativo de hélio abundante na Lua, combustível fundamental para o desenvolvimento de reatores nucleares a serem usados como propulsores de motores de naves espaciais, capaz de atingir velocidades muito maiores que as actuais, possibilitando a exploração espacial dos satélites e planetas mais distantes do nosso sistema solar.
Eugene Andrew Cernan (Chicago, 14 de Março de 1934) é um ex-astronauta norte-americano, filho de mãe checa e pai eslovaco, que esteve no espaço por três vezes, na última delas como comandante da Apollo 17, a última das missões Apollo a pousar na Lua.
Cernan foi o 11º astronauta a pisar em solo lunar e seu co-piloto Harrison Schmitt o 12º e último, de todos os astronautas que exploraram o satélite, já que, como comandante, ele era o primeiro a descer da nave. Entretanto, Cernan exibe até hoje o título – que inclusive é o nome do livro com as memórias de suas viagens espaciais – de “O Último Homem na Lua” - já que, também por ser o comandante, foi o último a re-entrar no Módulo Lunar para a viagem de volta, sendo suas as últimas pegadas feitas na superfície da Lua trinta e cinco anos atrás.
Astronauta dos programas Gemini e Apollo, Eugene Cernan viajou para a Lua em duas ocasiões diferentes, a primeira apenas sobrevoando o satélite na Apollo 10 e a segunda comandando a Apollo 17 e pousando na região de Taurus-Littrow. Nesta missão, ele e Harrison Schmitt, seu parceiro de viagem, passaram três períodos em actividades extra-veiculares na superfície, cobrindo um total de 22 horas fora do Módulo Lunar Falcon, em comparação com as duas horas dos pioneiros Neil Armstrong e Edwin Aldrin três anos antes. Também quebraram os recordes de quantidade de material geológico trazido de volta e dirigiram mais de 35 km o jipe lunar pela superfície de Taurus- Littrow.
Quando Eugene Cernan se preparava para subir a escada do módulo Falcon de volta para a Terra, ele disse as palavras que se tornaram as últimas de um ser humano na face da Lua: “No momento em que deixamos a Lua e Taurus-Littrow, partimos como chegámos, e se for a vontade de Deus voltaremos com paz e esperança para toda a Humanidade. Quando dou estes últimos passos para fora da superfície lunar, gostaria de lembrar que o desafio da América de hoje, forjou o destino do homem do amanhã. Deus abençoe a tripulação da Apollo 17”.
Ronald Ellwin Evans Jr. (St. Francis, 10 de Novembro de 1933 — Scottsdale, 7 de Abril de 1990) foi um astronauta dos Estados Unidos e tripulante da missão Apollo 17, a última a pousar na Lua, em Dezembro de 1972.
"Ron" Evans fez seus estudos secundários e universitários em instituições de seu estado natal do Kansas e em 1957 completou seu o treino posterior como piloto naval de combate. Foi nesta função, enquanto servia a bordo do porta-aviões USS Ticonderoga durante a Guerra do Vietnam, que ele recebeu a notícia de sua selecção para o treino de astronauta da NASA, no qual havia se inscrito.
Evans entrou para a NASA no grupo de dezanove astronautas seleccionados em Abril de 1966 e após o período de treino serviu como membro das equipes de apoio das missões Apollo 7 e Apollo 11 e comandante reserva da Apollo 14.
Seu vôo no espaço deu-se como piloto do Módulo de Comando Americano da missão Apollo 17, a última missão lunar, junto com os astronautas Eugene Cernan, comandante da missão e Harrison Schmitt, piloto do Módulo Lunar Falcon. Enquanto os dois últimos desciam na Lua, ele permaneceu em órbita realizando observações geológicas da superfície, tirando fotografias de alvos específicos no satélite. Na viagem da volta para a Terra, ‘Ron’ realizou actividades no espaço durante uma hora e seis minutos, saindo da Apollo para recolher câmeras e cassetes e fazer uma inspecção visual da área de carga da nave.
Após servir como piloto reserva da missão americano-soviética Apollo-Soyuz, que realizou o encontro em órbita entre naves espaciais dos dois países, em 1975, e de participar do programa de desenvolvimento do vai-vem espacial, Ronald Evans retirou-se da NASA em Março de 1977 e tornou-se um executivo da indústria de carvão.
Condecorado várias vezes pela NASA e pela Marinha dos Estados Unidos, ele morreu de ataque cardíaco em Abril de 1990 na cidade de Scottsdale, estado do Arizona, deixando mulher e dois filhos.
John Fitzgerald Kennedy (Brookline, Massachusetts, 29 de Maio de 1917 — Dallas, 22 de Novembro, 1963) foi um político americano e o 35° presidente de seu país (1961–1963).
Sua família era de ascendência irlandesa e tradicionalmente católica. Kennedy era filho de Joseph P. Kennedy, embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido no fim dos anos 30. Formou-se em Relações Internacionais na Universidade de Harvard em 1940. Serviu na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, sendo ferido em Guadalcanal em 1943. Condecorado por bravura, afastou-se do serviço militar por problemas na coluna vertebral. Ainda quando jovem, participou do Movimento Escuteiro.
Desafio da conquista da Lua
Kennedy foi o presidente dos Estados Unidos que lançou o desafio de chegar a Lua em uma década, que resultou no Projeto Apollo. No famoso discurso em 1961 Kennedy lançou o desafio de "enviar homens a Lua e trazê-los de volta a salvo".
"I believe this nation should commit itself to archieving the goal, before this decade is out, of landing the man on the moon and returning safely to Earth."
"Eu acredito que a nação deva se comprometer para alcançar o objetivo, antes do fim da década, de aterrissar o homem na lua e fazê-lo voltar em segurança para a Terra."
Em outro discurso na Universidade Rice suas palavras foram: We choose to go to the moon. We choose to go to the moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard ("Nós decidimos ir a Lua. Nós decidimos ir a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis").







